Moeda digital torna-se uma nova opção econômica para os países do terceiro mundo
Para os países desenvolvidos, a moeda digital representa a exploração de ponta no campo da tecnologia. No entanto, para os países do terceiro mundo, a moeda digital é mais vista como uma ferramenta financeira que mantém o poder de compra e que não pode ser facilmente retirada. Muitos países até esperam quebrar barreiras financeiras através da moeda digital, proporcionando novas soluções para o desenvolvimento econômico.
Quando se fala de países do Terceiro Mundo, as pessoas geralmente pensam primeiro em pobreza, fome e violência. Moeda digital e produtos da rede moderna como o Bitcoin parecem estar em desacordo com os países do Terceiro Mundo. No entanto, a moeda digital agora oferece novas soluções para esses países resolverem suas dificuldades financeiras.
A partir de 9 de junho de 2021, vários países do terceiro mundo começaram a trilhar o caminho da legalização da moeda digital. Abaixo está uma revisão e resumo da situação desses países do terceiro mundo que adotaram a moeda digital como moeda legal.
El Salvador
El Salvador tem sido conhecido há muito tempo por suas altas taxas de criminalidade, altas taxas de homicídio e violência de gangues, sendo considerado um dos países mais perigosos do mundo. Antes de 2021, o dólar era a única moeda legal do país. Em 2021, o Congresso de El Salvador aprovou oficialmente a lei do Bitcoin, tornando-se o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal.
Esta ação gerou muitas críticas. Algumas pessoas acreditam que essa abordagem "de cima para baixo" é errada e pode beneficiar mais os ricos. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também pediu a El Salvador para revogar sua lei sobre Bitcoin e afirmou que pode, por isso, recusar-se a oferecer ajuda financeira.
Apesar de no final de 2021 a dívida de El Salvador representar 85% do PIB, no primeiro ano após a adoção do Bitcoin, o PIB do país cresceu 10,3%, principalmente devido à recuperação do turismo internacional impulsionada pelo Bitcoin.
El Salvador também propôs uma série de planos relacionados ao Bitcoin, como a construção da praia do Bitcoin, a utilização da energia geotérmica dos vulcões para mineração, a emissão de obrigações em Bitcoin, entre outros.
Apesar de a taxa de penetração da Internet em El Salvador ser apenas de 45%, o público ainda apoia a política de Bitcoin do presidente. Em fevereiro deste ano, dados mostraram que 94% dos salvadorenhos ainda pretendem votar para apoiar o atual presidente a continuar no poder.
Este ano, El Salvador começou a regular os títulos digitais, emitindo obrigações apoiadas por Bitcoin. Embora, a 18 de abril, o valor total de BTC que El Salvador possui tenha perdido 29% em relação ao preço de custo, as autoridades acreditam que essa proporção representa apenas uma pequena parte do orçamento financeiro do governo.
Em fevereiro deste ano, o FMI afirmou, após uma visita anual a El Salvador, que o risco do Bitcoin "ainda não se tornou uma realidade" em El Salvador, mas que seu risco potencial não pode ser ignorado, recomendando ao governo que reconsidere os planos de expandir a exposição ao risco do Bitcoin.
Cuba
Em junho de 2021, Cuba anunciou que se tornaria o segundo país a adotar o Bitcoin como moeda legal. Ao contrário de El Salvador, essa medida de Cuba visa principalmente lidar com as sanções de câmbio transnacionais dos Estados Unidos, sendo fatores políticos a sua principal consideração.
Devido às sanções dos Estados Unidos, Cuba precisa contornar o sistema do dólar para evitar restrições financeiras. Somado à prevalência do burocratismo governamental e à alta inflação, a confiança do povo no governo e na moeda local, o peso, diminuiu. Para muitos cubanos, o Bitcoin é considerado mais confiável do que o peso.
A popularização da internet móvel forneceu a base para o uso do Bitcoin em Cuba. Em setembro de 2021, o decreto do Banco Central de Cuba que reconhece criptomoedas como o Bitcoin entrou em vigor, tornando as criptomoedas uma forma legal de pagamento em transações comerciais em Cuba.
De acordo com relatos, devido a sanções, os cubanos não conseguem usar muitas ferramentas de pagamento internacionais, e mais de 100 mil cubanos estão utilizando Bitcoin e outras moedas digitais para lidar com as sanções dos Estados Unidos.
As sanções econômicas dos EUA a Cuba já duram 60 anos, e o governo Biden ainda não relaxou o bloqueio. Cuba só pode procurar sozinha uma saída econômica. Há relatos de que Rússia e Cuba, que também enfrentam sanções dos EUA, estão estudando alternativas para pagamentos transfronteiriços, sendo que a moeda digital oferece a Cuba uma opção para contornar as restrições financeiras.
República Centro-Africana
No dia 21 de abril de 2022, a Assembleia Nacional da República Centro-Africana aprovou por unanimidade um projeto de lei que tornou o bitcoin uma moeda de curso legal, tornando-se o primeiro país africano a adotar o bitcoin como moeda oficial. Em seguida, o país lançou a Sango Coin, tornando-se o primeiro país africano a criar uma criptomoeda nacional.
A República Centro-Africana é um pequeno país da África com uma população ligeiramente superior a 5 milhões de habitantes, sendo considerada uma das nações mais pobres do mundo. Devido ao seu passado como colônia francesa, sempre utilizou o franco centro-africano como moeda oficial. No entanto, com a adoção do euro pela França, o valor do franco centro-africano diminuiu, levando o governo a olhar para as moedas digitais, preparando-se para integrá-las na economia nacional.
A economia da República Centro-Africana é predominantemente agrícola, com uma base industrial fraca, e mais de 80% dos produtos industriais dependem de importações. Devido à instabilidade política e aos conflitos incessantes, muitas produções não conseguem ocorrer normalmente, e a situação econômica continua a deteriorar-se.
Como um pequeno país africano pobre, a República Centro-Africana tem uma taxa de cobertura da internet de apenas 11%, com cerca de 14% da população a ter acesso à eletricidade e menos de metade da população a possuir um telemóvel. Essas condições reais despertaram a atenção de muitos especialistas sobre a adoção de moeda digital na República Centro-Africana, e foram objeto de advertências do Fundo Monetário Internacional.
Apesar disso, a República Centro-Africana continua a insistir na inclusão de moeda digital na economia nacional. Em 25 de julho de 2022, o país lançou a plataforma Sango baseada em uma sidechain do Bitcoin e iniciou a pré-venda do token Sango, com planos de listar o Sango Coin em bolsas de criptomoedas.
Atualmente, a popularidade do Bitcoin na República Centro-Africana enfrenta vários desafios. A população ainda está acostumada a usar moedas tradicionais para comprar bens, em vez do Bitcoin. A falta de infraestrutura de rede e a baixa penetração de smartphones também são obstáculos principais.
Venezuela
No dia 20 de fevereiro de 2018, a Venezuela iniciou oficialmente a pré-venda da moeda digital Petro, emitida pelo governo, que é a primeira moeda digital legal emitida por um Estado na história da humanidade. A moeda Petro deverá ser oficialmente utilizada e circulada em setembro de 2018, o que significa que a Venezuela adotará simultaneamente duas moedas legais para transações: o bolívar (moeda) e a moeda digital Petro.
A moeda de petróleo está diretamente vinculada às reservas de petróleo, gás natural, ouro e diamantes do país. De acordo com o white paper da moeda de petróleo, cada "moeda de petróleo" equivale a 1 barril de petróleo, com um volume total de emissão de 100 milhões de unidades.
Após a emissão da moeda digital de petróleo, o governo da Venezuela promoveu ativamente seu uso. Os cidadãos podem comprar casas com a moeda digital de petróleo, e os principais bancos abriram balcões para a moeda digital de petróleo, facilitando suas transferências e circulação. O banco central da Venezuela atualiza em tempo real a taxa de câmbio da moeda digital de petróleo em relação às moedas fiduciárias de outros países, para aumentar sua circulação internacional. O governo também distribui pensões ou subsídios para aposentados através da moeda digital de petróleo e afirmou que, no futuro, as contas de água, luz e impostos serão pagas com a moeda digital de petróleo.
Em 2019, a Venezuela anunciou a quebra de relações com os Estados Unidos, que impuseram controles financeiros e sanções petrolíferas. Desde então, a moeda petrolífera tornou-se uma ferramenta importante para os venezuelanos evitarem as sanções dos EUA e transferirem fundos.
País pequeno do Pacífico, Tonga
No dia 13 de janeiro de 2022, um ex-deputado das ilhas do Pacífico, Tonga, compartilhou práticas específicas sobre a adoção do Bitcoin como moeda legal. Ele afirmou que essa medida poderia permitir que mais de 100.000 tonganeses se juntassem à rede Bitcoin, enquanto a população total de Tonga é de apenas 120.000. O projeto de lei foi inspirado na legislação de El Salvador.
Uma das principais razões para propor o Bitcoin como moeda legal é resolver o problema das remessas. Cerca de 40% da economia de Tonga depende das remessas de quase 300 mil trabalhadores no exterior. Os métodos tradicionais de remessa têm o problema de altas taxas de intermediários, enquanto o Bitcoin pode reduzir significativamente esse custo.
De acordo com relatos, Tonga pode adotar o Bitcoin como moeda legal no segundo trimestre de 2023 e começar a minerar Bitcoin no terceiro trimestre.
Resumo
Sob a hegemonia do dólar global, as moedas dos pequenos países frequentemente se tornam vassalas. Qualquer país que enfrente uma crise financeira ou monetária vê a moeda digital como uma possível saída. O economista americano McKinnon propôs a teoria do "pecado original das moedas dos pequenos países", argumentando que as medidas unilaterais tomadas por pequenos países para contrabalançar o dólar geralmente têm um efeito contrário.
Para as grandes potências, a moeda digital é mais vista como um ativo de investimento. Já para os pobres países do Terceiro Mundo, a moeda digital é uma moeda em circulação real e uma das poucas opções para se libertar do bloqueio econômico sob a hegemonia do dólar. No futuro, é provável que mais países do Terceiro Mundo sigam o caminho da legalização da moeda digital, como a Argentina, que enfrenta alta inflação, e o Paraguai, o menor país da América Latina. A moeda digital oferece novas ideias e possibilidades para esses países buscarem um sistema financeiro e monetário independente.
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JustAnotherWallet
· 07-12 02:31
Blockchain muda o mundo
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HalfIsEmpty
· 07-09 16:10
Bitcoin vai mudar o mundo
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LazyDevMiner
· 07-09 16:08
O futuro já chegou e certamente pertence ao Blockchain
Países do terceiro mundo abraçam a moeda digital, quebrando barreiras financeiras em busca de um novo caminho para o desenvolvimento.
Moeda digital torna-se uma nova opção econômica para os países do terceiro mundo
Para os países desenvolvidos, a moeda digital representa a exploração de ponta no campo da tecnologia. No entanto, para os países do terceiro mundo, a moeda digital é mais vista como uma ferramenta financeira que mantém o poder de compra e que não pode ser facilmente retirada. Muitos países até esperam quebrar barreiras financeiras através da moeda digital, proporcionando novas soluções para o desenvolvimento econômico.
Quando se fala de países do Terceiro Mundo, as pessoas geralmente pensam primeiro em pobreza, fome e violência. Moeda digital e produtos da rede moderna como o Bitcoin parecem estar em desacordo com os países do Terceiro Mundo. No entanto, a moeda digital agora oferece novas soluções para esses países resolverem suas dificuldades financeiras.
A partir de 9 de junho de 2021, vários países do terceiro mundo começaram a trilhar o caminho da legalização da moeda digital. Abaixo está uma revisão e resumo da situação desses países do terceiro mundo que adotaram a moeda digital como moeda legal.
El Salvador
El Salvador tem sido conhecido há muito tempo por suas altas taxas de criminalidade, altas taxas de homicídio e violência de gangues, sendo considerado um dos países mais perigosos do mundo. Antes de 2021, o dólar era a única moeda legal do país. Em 2021, o Congresso de El Salvador aprovou oficialmente a lei do Bitcoin, tornando-se o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal.
Esta ação gerou muitas críticas. Algumas pessoas acreditam que essa abordagem "de cima para baixo" é errada e pode beneficiar mais os ricos. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também pediu a El Salvador para revogar sua lei sobre Bitcoin e afirmou que pode, por isso, recusar-se a oferecer ajuda financeira.
Apesar de no final de 2021 a dívida de El Salvador representar 85% do PIB, no primeiro ano após a adoção do Bitcoin, o PIB do país cresceu 10,3%, principalmente devido à recuperação do turismo internacional impulsionada pelo Bitcoin.
El Salvador também propôs uma série de planos relacionados ao Bitcoin, como a construção da praia do Bitcoin, a utilização da energia geotérmica dos vulcões para mineração, a emissão de obrigações em Bitcoin, entre outros.
Apesar de a taxa de penetração da Internet em El Salvador ser apenas de 45%, o público ainda apoia a política de Bitcoin do presidente. Em fevereiro deste ano, dados mostraram que 94% dos salvadorenhos ainda pretendem votar para apoiar o atual presidente a continuar no poder.
Este ano, El Salvador começou a regular os títulos digitais, emitindo obrigações apoiadas por Bitcoin. Embora, a 18 de abril, o valor total de BTC que El Salvador possui tenha perdido 29% em relação ao preço de custo, as autoridades acreditam que essa proporção representa apenas uma pequena parte do orçamento financeiro do governo.
Em fevereiro deste ano, o FMI afirmou, após uma visita anual a El Salvador, que o risco do Bitcoin "ainda não se tornou uma realidade" em El Salvador, mas que seu risco potencial não pode ser ignorado, recomendando ao governo que reconsidere os planos de expandir a exposição ao risco do Bitcoin.
Cuba
Em junho de 2021, Cuba anunciou que se tornaria o segundo país a adotar o Bitcoin como moeda legal. Ao contrário de El Salvador, essa medida de Cuba visa principalmente lidar com as sanções de câmbio transnacionais dos Estados Unidos, sendo fatores políticos a sua principal consideração.
Devido às sanções dos Estados Unidos, Cuba precisa contornar o sistema do dólar para evitar restrições financeiras. Somado à prevalência do burocratismo governamental e à alta inflação, a confiança do povo no governo e na moeda local, o peso, diminuiu. Para muitos cubanos, o Bitcoin é considerado mais confiável do que o peso.
A popularização da internet móvel forneceu a base para o uso do Bitcoin em Cuba. Em setembro de 2021, o decreto do Banco Central de Cuba que reconhece criptomoedas como o Bitcoin entrou em vigor, tornando as criptomoedas uma forma legal de pagamento em transações comerciais em Cuba.
De acordo com relatos, devido a sanções, os cubanos não conseguem usar muitas ferramentas de pagamento internacionais, e mais de 100 mil cubanos estão utilizando Bitcoin e outras moedas digitais para lidar com as sanções dos Estados Unidos.
As sanções econômicas dos EUA a Cuba já duram 60 anos, e o governo Biden ainda não relaxou o bloqueio. Cuba só pode procurar sozinha uma saída econômica. Há relatos de que Rússia e Cuba, que também enfrentam sanções dos EUA, estão estudando alternativas para pagamentos transfronteiriços, sendo que a moeda digital oferece a Cuba uma opção para contornar as restrições financeiras.
República Centro-Africana
No dia 21 de abril de 2022, a Assembleia Nacional da República Centro-Africana aprovou por unanimidade um projeto de lei que tornou o bitcoin uma moeda de curso legal, tornando-se o primeiro país africano a adotar o bitcoin como moeda oficial. Em seguida, o país lançou a Sango Coin, tornando-se o primeiro país africano a criar uma criptomoeda nacional.
A República Centro-Africana é um pequeno país da África com uma população ligeiramente superior a 5 milhões de habitantes, sendo considerada uma das nações mais pobres do mundo. Devido ao seu passado como colônia francesa, sempre utilizou o franco centro-africano como moeda oficial. No entanto, com a adoção do euro pela França, o valor do franco centro-africano diminuiu, levando o governo a olhar para as moedas digitais, preparando-se para integrá-las na economia nacional.
A economia da República Centro-Africana é predominantemente agrícola, com uma base industrial fraca, e mais de 80% dos produtos industriais dependem de importações. Devido à instabilidade política e aos conflitos incessantes, muitas produções não conseguem ocorrer normalmente, e a situação econômica continua a deteriorar-se.
Como um pequeno país africano pobre, a República Centro-Africana tem uma taxa de cobertura da internet de apenas 11%, com cerca de 14% da população a ter acesso à eletricidade e menos de metade da população a possuir um telemóvel. Essas condições reais despertaram a atenção de muitos especialistas sobre a adoção de moeda digital na República Centro-Africana, e foram objeto de advertências do Fundo Monetário Internacional.
Apesar disso, a República Centro-Africana continua a insistir na inclusão de moeda digital na economia nacional. Em 25 de julho de 2022, o país lançou a plataforma Sango baseada em uma sidechain do Bitcoin e iniciou a pré-venda do token Sango, com planos de listar o Sango Coin em bolsas de criptomoedas.
Atualmente, a popularidade do Bitcoin na República Centro-Africana enfrenta vários desafios. A população ainda está acostumada a usar moedas tradicionais para comprar bens, em vez do Bitcoin. A falta de infraestrutura de rede e a baixa penetração de smartphones também são obstáculos principais.
Venezuela
No dia 20 de fevereiro de 2018, a Venezuela iniciou oficialmente a pré-venda da moeda digital Petro, emitida pelo governo, que é a primeira moeda digital legal emitida por um Estado na história da humanidade. A moeda Petro deverá ser oficialmente utilizada e circulada em setembro de 2018, o que significa que a Venezuela adotará simultaneamente duas moedas legais para transações: o bolívar (moeda) e a moeda digital Petro.
A moeda de petróleo está diretamente vinculada às reservas de petróleo, gás natural, ouro e diamantes do país. De acordo com o white paper da moeda de petróleo, cada "moeda de petróleo" equivale a 1 barril de petróleo, com um volume total de emissão de 100 milhões de unidades.
Após a emissão da moeda digital de petróleo, o governo da Venezuela promoveu ativamente seu uso. Os cidadãos podem comprar casas com a moeda digital de petróleo, e os principais bancos abriram balcões para a moeda digital de petróleo, facilitando suas transferências e circulação. O banco central da Venezuela atualiza em tempo real a taxa de câmbio da moeda digital de petróleo em relação às moedas fiduciárias de outros países, para aumentar sua circulação internacional. O governo também distribui pensões ou subsídios para aposentados através da moeda digital de petróleo e afirmou que, no futuro, as contas de água, luz e impostos serão pagas com a moeda digital de petróleo.
Em 2019, a Venezuela anunciou a quebra de relações com os Estados Unidos, que impuseram controles financeiros e sanções petrolíferas. Desde então, a moeda petrolífera tornou-se uma ferramenta importante para os venezuelanos evitarem as sanções dos EUA e transferirem fundos.
País pequeno do Pacífico, Tonga
No dia 13 de janeiro de 2022, um ex-deputado das ilhas do Pacífico, Tonga, compartilhou práticas específicas sobre a adoção do Bitcoin como moeda legal. Ele afirmou que essa medida poderia permitir que mais de 100.000 tonganeses se juntassem à rede Bitcoin, enquanto a população total de Tonga é de apenas 120.000. O projeto de lei foi inspirado na legislação de El Salvador.
Uma das principais razões para propor o Bitcoin como moeda legal é resolver o problema das remessas. Cerca de 40% da economia de Tonga depende das remessas de quase 300 mil trabalhadores no exterior. Os métodos tradicionais de remessa têm o problema de altas taxas de intermediários, enquanto o Bitcoin pode reduzir significativamente esse custo.
De acordo com relatos, Tonga pode adotar o Bitcoin como moeda legal no segundo trimestre de 2023 e começar a minerar Bitcoin no terceiro trimestre.
Resumo
Sob a hegemonia do dólar global, as moedas dos pequenos países frequentemente se tornam vassalas. Qualquer país que enfrente uma crise financeira ou monetária vê a moeda digital como uma possível saída. O economista americano McKinnon propôs a teoria do "pecado original das moedas dos pequenos países", argumentando que as medidas unilaterais tomadas por pequenos países para contrabalançar o dólar geralmente têm um efeito contrário.
Para as grandes potências, a moeda digital é mais vista como um ativo de investimento. Já para os pobres países do Terceiro Mundo, a moeda digital é uma moeda em circulação real e uma das poucas opções para se libertar do bloqueio econômico sob a hegemonia do dólar. No futuro, é provável que mais países do Terceiro Mundo sigam o caminho da legalização da moeda digital, como a Argentina, que enfrenta alta inflação, e o Paraguai, o menor país da América Latina. A moeda digital oferece novas ideias e possibilidades para esses países buscarem um sistema financeiro e monetário independente.